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A disseção endoscópica da submucosa (DSM) tem emergido como técnica de exérese de lesões do cólon na Ásia e também em centros europeus. O seu desenvolvimento tem permitido a excisão de um maior número de lesões.

Avaliação retrospetiva dos casos de disseção da submucosa no cego realizados entre janeiro de 2018 e dezembro de 2021 efetuados no nosso serviço.Foram analisados 19 casos propostos para DSM no cego, com uma média de idades de 66 ± 12 anos, 10 eram do sexo feminino. As lesões observadas tinham em média 25,5 ± 6,7 mm; JNET 2A em 12 e JNET 2B em sete. A duração média foi de 107 ± 39 minutos. Em dois casos a DSM não foi possível, um por dificuldade na elevação da submucosa (histologia: adenocarcinoma in situ Tis) e outro por infiltração profunda da submucosa (adenocarcinoma intestinal T1), referenciados para cirurgia. Em um caso foi necessário recorrer a técnica híbrida, por dificuldade de acesso à lesão. A histologia revelou 12 adenomas tubulares com displasia de baixo grau (DBG), dois adenocarcinoma in situ Tis, um adenoma serreado com DBG, um tumor de células granulares e um caso de folículos linfoides reativos. Foi realizada resseção em bloco com margens livres em todos os casos removidos por DSM, não se verificaram margens livres no caso por técnica híbrida. Observaram-se duas complicações intraprocedimento: um caso de perfuração e um de hemorragia, ambos com tratamento endoscópico eficaz. Verificou-se um caso de perfuração tardia por isquemia do cólon transverso, distal à escara de disseção, com resolução cirúrgica com rafia, alta ao fim de dez dias.A DSM é um método eficaz e seguro na resseção curativa de pólipos do cólon. A progressiva consolidação da técnica a nível local permite a excisão endoscópica por DSM de lesões do cólon em locais de maior dificuldade.