“A resposta virológica sustentada nos doentes com hepatite C reduz muito o risco de carcinoma hepatocelular, mas não o elimina.” Palavras do Dr. Vítor Magno Pereira, assistente hospitalar de Gastrenterologia no Hospital Central do Funchal, no âmbito da sua intervenção “Risco de carcinoma hepatocelular após a cura da hepatite C: em que ponto estamos?”, na sessão “Dilemas e Desafios Clínicos em Hepatologia”. Veja a entrevista.
Considerado “um tema importante atualmente”, os últimos 30 anos ficaram marcados por “um grande aumento da incidência do carcinoma hepatocelular”, causada principalmente pela hepatite C. Perante esta situação, torna-se premente debater este tema, já que “muitos doentes foram tratados e curados para a hepatite C, mas desenvolveram cirrose, porque tiveram o vírus durante muitos anos no fígado”, explica.
Além disso, o especialista debate ainda que as pessoas com doença hepática crónica avançada “são doentes que, apesar de estarem curados para a hepatite C, mantêm o risco para carcinoma hepatocelular”. E acrescenta: “O que sabemos é que os doentes tratados e que atingem resposta virológica sustentável reduzem muito o risco de carcinoma hepatocelular, mas mantém-se, pelo que a vigilância deve continuar.”
As guidelines internacionais recomendam, por isso, a vigilância do carcinoma hepatocelular. Mais recentemente, estratificou-se o risco dos doentes, permitindo identificar quais os doentes que apresentam risco significativo para carcinoma hepatocelular, para que, “no futuro, possamos adaptar melhor as estratégias a cada doente”.