Com a ciência em primeiro plano, a Semana Digestiva está a mobilizar um vasto número de participantes às salas coloridas do Convento de São Francisco, em Coimbra. Ana Caldeira é uma das especialistas do painel da Comissão Organizadora e Científica, que está a contribuir para que a Semana Digestiva aconteça, trazendo o conhecimento à região Centro de Portugal. Salienta-se ainda o seu papel enquanto presidente da conferência “Ecografia point-of-care”, onde partilhou palco com o conferencista Eduardo Pereira.
“Este ano vamos estar na crista da onda desafiando a inovação e o futuro. Os temas são Hot Topics de extrema relevância no mundo da ecoendoscopia. Desafiei todos os que ambicionam crescer nesta área a estarem presentes numa mesa que ultrapassou barreiras e espero que possa vir a contribuir para impulsionar o crescimento da ecoendoscopia nacional”, começou por destacar a profissional de saúde.
A médica aproveitou ainda a ocasião para revelar como o seu percurso culminou na presença nesta iniciativa, desvendando os seus primeiros passos na Medicina, que foram cimentados a partir da sua inscrição no Ensino Superior, ainda que a Matemática fosse plano B. “Sempre tive um encantamento especial pelas ciências exatas, as minhas áreas de eleição eram a física, a matemática e a gestão, pelo que ainda hoje me imagino como engenheira física ou gestora numa grande empresa”, contou em tom de curiosidade Ana Caldeira.
No entanto, a organizadora da Semana Digestiva não deixa de evidenciar a paixão pela missão que tem em mãos ao exercer a sua profissão. “Ser médico é estar disponível para ajudar a remendar os erros pontuais do mais maravilhoso e complexo engenho que alguma vez foi inventado e que é o ser humano. Somos feitos de uma tecnologia ímpar num equilíbrio incrível, mas por vezes com avarias. O médico é o mecânico audaz e sábio que faz as reparações necessárias nesta obra prima”.
Já a tomada de decisão de se especializar em Gastrenterologia surge com vista a concretizar o seu interesse em conjugar a técnica com a clínica. “A Gastrenterologia continua a ser, na minha opinião, a conjugação perfeita das duas vertentes. Engloba a técnica e a inovação constante na área de intervenção diagnóstica e terapêutica, com uma componente muito clínica e próxima do doente. Acresce a isso o facto de ser muito centrada na imagem endoscópica e ecográfica. Para mim a arte da fotografia e da imagem sempre foi fascinante”.
Para finalizar, deixou uma mensagem de incentivo a todos os colegas que estejam a ponderar participar na maior conferência de Gastrentorologia de Portugal. “Porque somos uma grande família de gastrenterologistas e as famílias devem reunir-se pelo menos uma vez por ano. Julgo que nunca nos reunimos num convento e há muitos anos que este encontro nacional de gastrenterologistas não se realiza na região Centro do país. Quem está no ‘convento’ é que sabe o que lá vai dentro! Porquê ficar de fora?”.