Arsénio Santos, presidente da Associação Portuguesa para o Estudo do Fígado (APEF) e um dos nomes associados à vice-presidência da Comissão Organizadora e Científica da Semana Digestiva de 2023, revelou mais sobre o seu percurso profissional, assim como deixou o seu parecer relativo a este encontro científico, que irá mobilizar a Gastrenterologia ao cento do país.
O especialista começou por contar que a vocação que construiu os moldes da sua carreira surge ainda associada à sua juventude, mas que o particular interesse pela Gastrenterologia se evidencia mais tarde. “Não sou gastrenterologista, sou internista, o que constituiu a opção por uma especialidade cujos grandes pilares são a avaliação clínica e o diagnóstico diferencial. A minha ‘ponte’ com a gastrenterologia surgiu quando, ainda durante o meu processo de formação como internista, elegi a Hepatologia como a minha área preferencial de estudo e de prática clínica. No seguimento desse percurso, sou atualmente o presidente da APEF.”
Neste sentido, exercer Medicina é para Arsénio Santos a junção do lado humanístico com a vertente direcionada à aprendizagem. “É sobretudo a possibilidade de ajudar o outro ser humano, de contribuir para a sua felicidade ou, pelo menos, de aliviar o seu sofrimento. Mas significa também o prazer do estudo e do conhecimento científico”.
No entanto, o profissional de saúde não fecha as portas a outros ramos profissionais, salientando a multiplicidade de gostos que apresenta fora do contexto laboral. “Gosto muito de ser médico, mas acho que poderia ter enveredado por outra profissão e sentir-me igualmente realizado. Considerando as várias coisas que adoro conhecer e fazer, acho que poderia, sem nenhuma frustração, ser engenheiro eletrotécnico ou chef de cozinha”.
Colocando o foco na Semana Digestiva, não podia deixar de destacar os fatores culturais associados à atividade, nomeadamente no que diz respeito ao local de eleição como ponto de encontro, o Convento de São Francisco, em Coimbra. “O congresso vai realizar-se num espaço que, tendo sido convento franciscano durante mais de 200 anos, teve posteriormente grandes períodos de abandono e a sua última utilização antes da atual foi como fábrica de lanifícios”.