“Foi uma decisão excelente termos mantido a Semana Digestiva neste formato, para mostrar que estamos aqui e que vamos lutar por um Portugal melhor nesta situação difícil”. Quem o diz é o Prof. Doutor Rui Tato Marinho, presidente da Sociedade Portuguesa de Gastrenterologia (SPG) e da Semana Digestiva 2020 (SD2020), que, em declarações à News Farma, fez um balanço deste novo formato virtual, assim como a sua perspetiva para o futuro. Assista ao vídeo.

Para o especialista, o evento foi “uma forma de afirmação da Gastrenterologia, que é uma especialidade de que, como muitas outras, o país precisa urgentemente”. “Não podemos parar”, sublinha o Prof. Doutor Rui Tato Marinho, relembrando todos os exames complementares de diagnóstico que ficaram por fazer e cancros por diagnosticar.

“Tivemos de nos reinventar para resistir à infeção COVID, e [a SD2020] colocou-nos à prova de uma maneira muito forte e fomos capazes de reagir, durante um dia e meio, e dar lugar a cerca de 150 sessões, com audiências até superiores àquelas que tínhamos nas reuniões físicas, e estamos muito felizes com isso”, acrescenta, adiantando que o número de trabalhos enviados chegou aos 400, muito semelhante ao que acontece nas reuniões presenciais.

O feedback, esse, “tem sido muito positivo”, apesar de “alguns problemas de comunicação, que têm a ver com a força da rede individual”. Ainda assim, continua o responsável, o formato virtual foi uma solução de recurso de que a organização teve de se socorrer: “Mostrou que estamos presentes”, comenta, afirmando que agradou também à indústria farmacêutica e de dispositivos.

“Esta nossa prática mexe com muitos stakeholders da sociedade e fazer esta reunião implicou manter a chama, a alma de muita gente, muito mais do que nós pensamos, com o grande objetivo comum de tentarmos dar mais qualidade à população portuguesa”, acrescenta.

Nesse sentido, o Prof. Doutor Rui Tato Marinho adianta que a Semana Digestiva 2021 já está a ser planeada, tendo data e local marcados para os dias 23 a 26 de julho, no Palácio de Cristal, no Porto. Segundo o presidente, tudo será feito para voltar ao formato presencial da reunião, ainda que considere que o “digital veio para ficar”.

“Não faz sentido atravessar o país ou a cidade de Lisboa só para ter uma reunião de uma hora com quatro ou cinco pessoas. Mas, o tempo físico, de interação, e essas conversas informais onde se fazem decisões muito importantes são fundamentais para o crescimento da sociedade, e até para sermos mais felizes”, conclui, salientando que tudo dependerá da evolução da pandemia em Portugal.