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ADENOMA PEDICULADO GIGANTE DE GLÂNDULAS DE BRUNNER - RESSEÇÃO ENDOSCÓPICA TRANSPILÓRICA
Filipa Bordalo Ferreira1; Fábio Pereira Correia1; Mariana Cardoso1; Luís Carvalho Lourenço1; David Horta1

Apresentamos o caso de uma doente de 76 anos, sem antecedentes de relevo além de tabagismo ativo.No contexto de investigação de anemia ferropénica (Hb 7,4 g/dL), realizou endoscopia digestiva alta, que revelou a presença de uma volumosa lesão pediculada com região cefálica erosionada, localizada na transição entre a primeira e a segunda porções duodenais, passível de mobilização para o antro. Com recurso a duodenoscopia, foi possível concluir que se tratava de lesão independente da papila duodenal, estando esta poupada. As biópsias realizadas revelaram-se compatíveis com hiperplasia de glândulas de Brunner. Realizou tomografia computorizada com contraste endovenoso, que permitiu observar a volumosa lesão pediculada duodenal.Procedeu-se a nova endoscopia digestiva alta para remoção da lesão. Após injeção do pedículo, o pólipo foi mobilizado com ansa para o antro gástrico de modo a tornar a posição mais favorável. Depois de englobar a sua região cefálica na totalidade, a lesão foi mobilizada de novo para o duodeno, onde se ajustou a ansa ao pedículo. Procedeu-se a polipectomia com ansa diatérmica, sem intercorrências. Aplicados clips metálicos na escara e recuperada a lesão com cesto. Medição da lesão pediculada, que apresentava 9 cm de comprimento máximo.Os adenomas (ou hamartomas) das glândulas de Brunner são neoplasias benignas raras do intestino delgado com uma incidência inferior a 0,01%. O seu diagnóstico é frequentemente incidental, mas podem causar hemorragia gastrointestinal ou sintomas oclusivos. São tipicamente pediculados e localizados no intestino delgado proximal. A displasia e transformação maligna são raras. A remoção endoscópica pode ser dificultada pela sua localização e dimensões. Este caso ilustra a remoção endoscópica eficaz de um volumoso adenoma de glândulas de Brunner, fazendo-se acompanhar de iconografia detalhada (vídeos do procedimento endoscópico e fotografia da peça).

COMBINED ENDOSCOPIC THERAPY OF POSTOPERATIVE ANASTOMOTIC LEAK - DRAIN FIRST, STENT LATER
Filipa Bordalo Ferreira1; Maria Ana Rafael1; Luís Carvalho Lourenço1; David Horta1

Apresenta-se o caso de um homem de 71 anos submetido a gastrectomia total por adenocarcinoma gástrico e reintervencionado precocemente por hemorragia da anastomose.Após duas semanas, foi readmitido por calafrios. Analiticamente, apresentava leucocitose com neutrofilia (18.900x106/L) e elevação da proteína C-reativa (24,5 mg/dL). Na tomografia computorizada (TC) abdominal, identificou-se uma deiscência da anastomose esofagojejunal, com uma coleção perianastomótica associada, com 110x80x35 mm.Foi realizada uma endoscopia digestiva alta no dia seguinte, que confirmou uma solução de continuidade com 5mm a nível da anastomose esofagojejunal. Procedeu-se à colocação de um cateter de drenagem “nasobiliar” de 7,5Fr no interior da coleção perianastomótica para drenagem da mesma, tendo também permitido a colheita de 10mL de exsudado hematopurulento para análise microbiológica. Foi colocada uma sonda nasojejunal para permitir início precoce de alimentação entérica.Foi medicado com antimicrobianos de largo espetro ajustados aos microrganismos Gram-positivo e fungos isolados no exsudado. A TC após uma semana revelou diminuição substancial da coleção (55x25mm).Nessa sequência, foi colocada uma prótese metálica totalmente coberta (23x155mm) sob apoio endoscópico e radioscópico, cujo limite proximal ficou 10cm a montante da anastomose. Após 1 semana de alimentação entérica distalmente à prótese, iniciou dieta pastosa. Progrediu favoravelmente e a TC realizada 3 semanas após a colocação de prótese revelou quase total resolução da coleção.Cinco semanas após a sua colocação, a prótese foi removida. A observação endoscópica da anastomose gastrojejunal e a instilação de contraste confirmaram a resolução da deiscência.Existem múltiplos métodos endoscópicos para tratamento de deiscências de anastomoses cirúrgicas, que podem ser utilizados isoladamente ou em combinação. Neste caso, a associação de várias abordagens endoscópicas (drenagem de coleção perianastomótica, colocação de sonda nasojejunal e de prótese esofágica) em diferentes fases do tratamento contribuiu para o sucesso clínico. Apresenta-se iconografia detalhada.

UNDERWATER ENDOSCOPIC MUCOSAL RESECTION AS A SALVAGE-THERAPY FOR THE TREATMENT OF A CHALLENGING COLORRETAL LESION
Rui Morais1; Margarida Marques1; Susana Lopes1; João Santos-Antunes1; Guilherme Macedo1

A 74-year-old male underwent a follow-up colonoscopy that revealed a 20 mm flat elevated lesion with a central depressed component (Paris IIa+IIc). Initial submucosal injection using saline was performed but grasping of the lesion using a snare was not possible. The patient was referred for endoscopic resection. After careful evaluation of the lesion different endoscopic techniques were discussed. ESD was considered but the position was very unstable in this location. EFTR was also discussed but the lesion morphology and location could make it difficult to completely resect the lesion. After discussion, underwater endoscopic mucosal resection (UEMR) was attempted. The colonic lumen was washed and filled with saline. NBI was used to delineate the borders of the lesion. A monofilament 15 mm snare was used. The lesion was placed in a 6-o -clock position and the “water-jet” technique was used simultaneously to the starting of the closure of the snare in order to help for an easier grasping of the lesion. The lesion was then resected en-bloc using snare diathermy, without adverse events. Inspection of the resection bed revealed no apparent residual lesion. The defect was closed using 3 clips. Histopathology revealed a completely resected intramucosal adenocarcinoma, without signs of invasion and negative lateral margins (pTisNxR0).

RESOLUÇÃO ENDOSCÓPICA DE PERFURAÇÕES IATROGÊNICAS DURANTE A ENDOSCOPIA TERAPÊUTICA – KEEP CALM AND HAVE A PLAN B
Joel Ferreira-Silva1; Eduardo Rodrigues-Pinto1; Guilherme Macedo1

Descrevemos 2 doentes com perfurações terapêuticas tratadas endoscopicamente. A primeira doente, mulher de 54 anos, antecedentes de estenose de anastomose ileoanal após proctocolectomia total sob tratamento de dilatação endoscópcia. Durante a terceira sessão, a estenose de 8mm foi dilatada com um balão de 16,5mm. Após a dilatação, foi visualizada uma perfuração de 6mm na bolsa ileal, causada pela ponta do balão durante a inserção. Três clipes foram colocados, porém o extravasamento de contraste persistiu.

UM CASO DE OBLITERAÇÃO DE VARIZES GÁSTRICAS GUIADA POR ECOENDOSCOPIA
Mariana Brito1; Epifânio Júnior2; Júlia Sabino1; Carla Oliveira1; Pedro Pinto Marques1; Jorge Fonseca1; Spencer Cheng2; Eduardo Hourneaux De Moura2

Os autores descrevem o caso de um homem de 54 anos, com antecedentes pessoais de trombose crónica da veia porta e hipertensão portal não cirrótica, em contexto pós-cirúrgico, que recorreu ao Serviço de Urgência por hematemeses com repercussão hemodinâmica.

CIRCUMFERENTIAL ENDOSCOPIC SUBMUCOSAL DISSECTION FOR REFRACTORY DYSPLASTIC BARRETT’S ESOPHAGUS AFTER MUCOSAL RESECTIONS AND RADIOFREQUENCY
Catarina O'neill1; Pedro Barreiro1,2; Rui Mendo1; Ana Rita Franco1; Daniel Pinto4; Joana Castela3; Cristina Chagas1

77-years-old woman diagnosed with C5M6 Barrett’s esophagus (BE), with high grade dysplasia (HGD) associated with a visible lesion, 2 years prior. She underwent 3 sessions of ligation-assisted endoscopic mucosa resections (EMR) either due to recurrence or emergence of other HGD lesions, followed by radiofrequency ablation of the remaining BE.

RENDEZVOUS BILIAR POR COLECISTODUODENOSTOMIA COM PRÓTESE DE APOSIÇÃO LUMINAL
Francisca Côrte-Real1; Nuno Nunes1; Diogo Bernardo Moura1; Carolina Chálim Rebelo1; Margarida Flor De Lima1; Maria Pia Costa Santos1; Filipe Taveira1; Vera Costa Santos1; Ana Catarina Rego1; José Renato Pereira1; Nuno Paz1; Maria Antónia Duarte1

O rendezvous guiado por ecoendoscopia é uma técnica que permite a abordagem da via biliar principal, sempre que a colangiopancreatografia retrógrada endoscópica (CPRE) não tem sucesso terapêutico. A colocação de uma prótese na vesícula biliar guiada por ecoendoscopia, pode permitir a sua drenagem. O tratamento local das perfurações biliares consiste em desviar a drenagem da bílis, possibilitando a cicatrização espontânea da perfuração.

DOENÇA INFLAMATÓRIA INTESTINAL EM MOÇAMBIQUE. INCOMUM COMO SE PENSA?
Regina Victor1; Muhammad Ismail1; Ema Nassone1; Abdul Gany1; Mussagy Tarmamade1; Michella Loforte1; Liana Mondlane1

A doença inflamatória intestinal é caraterizada por ativação imune crônica ou recidivante e inflamação no trato gastrointestinal e inclui a colite ulcerativa e a doença de Crohn. Afeta aproximadamente 1,4 milhões de pessoas nos Estados Unidos e 2,2 milhões na Europa. De acordo com os estudos disponíveis, a incidência em África tende a aumentar. Moçambique ainda não tem estudos publicados nesse âmbito.

TROMBOSE DA VEIA PORTA SEM CIRROSE: A INFLUÊNCIA DE DOENÇA MIELOPROLIFERATIVA NA APRESENTAÇÃO CLÍNICA
Regina Victor1; Ema Nassone1; Muhammad Ismail1; Carlos Noronha1; Helena Cortez Pinto1; Rui Tato Marinho1

As doenças mieloproliferativas(DMP) são detectadas em até um terço dos doentes com trombose da veia porta (TVP).

UM CASO RARO DE DISFAGIA APRESENTANDO-SE COMO PSEUDOACALÁSIA
Ana Rita Graça1; Mariana Sant’Anna1; Luís Santos1; Marta Gravito-Soares1; Elisa Gravito-Soares1; João Gama

Mulher de 70 anos com antecedentes de epilepsia, síndrome depressivo e bócio multinodular, recorre ao Serviço de Urgência por disfagia para sólidos, associada a dor retrosternal e perda ponderal de 50% do peso total, com 2 meses de evolução.