A CIG é uma doença rara, com incidência de 0.4-1% em países desenvolvidos. Envolve a interação de fatores genéticos, hormonais e ambientais, acarretando implicações materno-fetais e risco acrescido de litíase biliar. O diagnóstico requer prurido colestático, ácidos biliares séricos em jejum >10 μmol/L, resolução espontânea da sintomatologia após o parto e exclusão de outras causas de colestase.
A amiloidose primária é uma discrasia plasmocitária que resulta no depósito extracelular de proteína fibrilhar amiloide. Esta é uma doença multisistémica sendo os rins, coração e fígado os principais órgãos afectados. O papel da ecoendoscopia no diagnóstico de amiloidose está descrito na literatura, maioritariamente referente a casos com depósitos gastro-duodenais.
Apesar da raridade das metástases pancreáticas, em doentes com história de carcinoma de células renais o índice de suspeição deverá ser aumentado, mesmo vários anos após o diagnóstico da lesão primária.
A colestase canalicular e as lesões do tipo degenerativo do epitélio dos ductos biliares são alterações raras na infecção por vírus da hepatite C. No caso descrito a regressão do quadro clinico-laboratorial no período de resposta ao tratamento e o agravamento com a recidiva virológica leva a admitir colestase no contexto da infecção crónica pelo VHC.
A colestase está associada a morte celular e inflamação. Recentemente identificou-se a necroptose como um novo tipo de morte celular relevante nas doenças hepáticas, onde a proteína RIP3 tem um papel central. Neste trabalho explorámos o papel da necroptose em ratinhos após laqueação do ducto biliar comum (LDB) e em doentes com cirrose biliar primária (CBP).
Apresentamos o caso de um doente de 39 anos, caucasiano, saudável até Junho de 2014, altura em que iniciou um quadro de dor abdominal, icterícia e colúria, motivo pelo qual foi internado no Serviço de Gastrenterologia do nosso Hospital. Analiticamente destacava-se um padrão de citocolestase (AST 170, ALT 570, FA 186, GGT 699 UI/L e bilirrubina total 6 mg/dL).