A peritonite bacteriana espontânea é uma complicação comum da cirrose hepática. Os principais agentes etiológicos são agentes Gram negativos, como a E.coli. e Klebsiella pneumonia. A PBE por Lysteria monocitogenes é uma entidade muito rara, com cerca de 50 casos descritos na literatura. Os clínicos devem estar atentos aos patogénicos mais raros, principalmente quando os doentes não apresentam uma resposta adequada à terapêutica instituída.
Encefalopatia hepática cursa com elevação da concentração de glutamina intra-cerebral, com consequente aumento da permeabilidade hemato-encefálica. As alterações imagiológicas caracterizam-se por edema cortical e da substância cinzenta subcortical e evolução para atrofia cerebral. Com valores de amoniémia elevados(>1000), o quadro mimetiza a encefalopatia anóxica, caracterizando-se imagiologicamente por necrose cortical laminar, tendo prognóstico reservado. Apesar de não se verificarem níveis desta magnitude de amónia, a evolução clínica e as alterações imagiológicas favoreceram esta hipótese diagnóstica neste caso. Não existem casos relacionados com novos fármacos da hepatite C.
A síndrome de Dubin-Johnson (SDJ) é uma doença hereditária, autossómica recessiva rara, que se manifesta por hiperbilirrubinemia isolada, predominantemente conjugada. Esta síndrome resulta da alteração da expressão da proteína transportadora MRP2 da membrana canalicular dos hepatócitos, resultando na redução da excreção da bilirrubina conjugada para os canalículos biliares.
O tempo de terapêutica preconizado com Sofosbuvir e ledipasvir no genótipo 1 na cirrose hepática, sem fatores ditos de mau prognóstico, é de 24 semanas sem ribavirina ou 12 semanas com ribavirina.
A fasciolíase hepática (FH) é uma infeção causada pelo tremátodo Fasciola hepatica, e é uma das causas mais raras de abcesso hepático. A doença caracteriza-se pelo tropismo hepatobiliar, sendo o seu espectro clínico variável desde as formas assintomáticas até formas graves da doença.
Metastização do carcinoma hepatocelular para o seio esfenoidal com invasão do seio cavernoso constitui uma situação extremamente rara havendo apenas 5 casos descritos na literatura. Não obstante é uma hipótese diagnóstica que deve ser considerada perante aparecimento de determinadas alterações neurológicas.
Estima-se que a incidência de IHA seja de 2000 casos/ano EUA. A etiologia é variável e em 50% dos casos ocorre por hepatoxicidade a fármacos. A metastização hepática tem sido identificada em 40% das autópsias em adultos com tumores malignos, sendo a maioria assintomático. A infiltração difusa hepática pode manifestar-se como IHA em 0.44% dos casos, sobretudo em malignidades hematológicas, mas também no cancro da mama. A IHA secundária a infiltração maligna apresenta prognóstico muito reservado e o tratamento consiste na instituição precoce de suporte de órgão.
Os TSF são neoplasias mesenquimatosas raras que se originam maioritariamente na pleura, sendo a sua origem hepática extremamente rara. São tumores tipicamente benignos contudo o seu potencial de malignidade, à semelhança do presente caso, é igualmente possível. A pertinência deste caso advém da raridade do diagnóstico associada à localização e comportamento biológico altamente atípicos. Apresenta-se iconografia imagiológica e histológica ilustrativa.
A reativação da infeção pelo vírus da hepatite B (VHB) é uma complicação potencialmente grave da imunossupressão. O número de casos secundários à terapêutica imunossupressora no contexto de doenças reumatológicas tem vindo a aumentar, e associam-se na sua maioria à terapêutica com agentes anti-CD20 e anti-fator de necrose tumoral.
Os autores apresentam um quadro de icterícia cuja causa se admite multifactorial por crise de falciformização hepática, coledocolitiase e leptospirose (provável).