Uma mulher saudável de 63 anos com antecedentes de doença de refluxo gastroesofágico, hérnia do hiato de deslizamento e esófago de Barrett C5M5 (classificação de Praga) é referenciado por úlcera do esófago distal (aos 30 cm dos incisivos) com 10 mm, de base branca e bordos irregulares, cujas biópsias revelam displasia de alto grau (sem displasia em biópsias segundo protocolo de Seattle do restante esófago de Barrett).
A vigilância do Esófago de Barrett (EB) está recomendada com biopsias segundo o Protocolo de Seattle (PS) complementada com biópsias dirigidas (BD) a áreas suspeitas de displasia. A avaliação com Narrow-band imaging (NBI) tem potencial de aumentar a acuidade diagnóstica, embora não esteja recomendada por rotina. O erro de amostragem e o aumento dos custos associados à histologia são limitações do PS.
As recomendações de abordagem do esófago de Barrett (EB) têm sido modificadas ao longo do tempo, pelo que a adopção de programas estruturados de cuidados assume um papel relevante. O nosso objectivo foi avaliar a qualidade da prática clínica no EB num centro terciário em Portugal.
O esófago de Barret (EB) é uma complicação da Doença de refluxo gastro esofágico e constitui o principal factor de risco para o desenvolvimento de adenocarcinoma do esófago através da sequência metaplasia→displasia→adenocarcinoma. As indicações aceites para terapêutica endoscópica no EB são: displasia de baixo e alto grau (confirmadas por 2 patologistas) e adenocarcinoma superficial. A erradicação do EB com terapêuticas ablativas está preconizada após ressecção endoscópica de lesões displásicas, adenocarcinoma ou displasia em mucosa plana. A RFA apresenta superioridade face a outras estratégias.
“O rastreio ao esófago de Barrett faz todo o sentido”. Quem o diz é a Dr.ª Joana Castela, depois de listar e explicar as vantagens e desvantagens do rastreio. No entanto, e de acordo com a especialista do Instituto Português de Oncologia de Lisboa (IPO Lisboa), o processo de deteção da patologia só fará sentido quando realizado a partir de outros métodos, ditos alternativos. Assista ao vídeo da entrevista.
“A vigilância endoscópica em doentes com esófago de Barrett é importante, uma vez que apresentam um risco acrescido de ter cancro, entre 25 a 100 vezes, quando comparados com a população em geral”. As palavras são do Dr. João Pereira da Silva, médico do Instituto Português de Oncologia de Lisboa (IPO Lisboa), que, em entrevista à News Farma, explicou que a partir da deteção precoce destas neoplasias se “consegue melhorar o prognóstico destes doentes”. Assista ao vídeo da entrevista.
O Esófago de Barrett (EB) constituí o principal fator de risco para o desenvolvimento de adenocarcinoma esofágico. A sua erradicação com terapêuticas ablativas está preconizada após resseção endoscópica de lesões displásicas ou adenocarcinoma ou na displasia em mucosa plana. A radiofrequência (RFA) apresenta superioridade face a outras estratégias.
Apesar de não consensual, a presença de metaplasia intestinal é necessária para o diagnóstico de esófago de Barrett (EB). Quando endoscopicamente sugerido, os fatores preditivos para a presença de metaplasia intestinal e a evolução da metaplasia colunar sem células caliciformes não se encontram ainda totalmente definidos.