Doente do sexo feminino, 81 anos de idade, autónoma, com antecedentes pessoais de hipertensão arterial e bloqueio completo do nódulo AV (portadora de pacemaker), medicada com olmesartan/hidroclorotiazida, amlodipina, nebivolol, clopidogrel e ansiolíticos, que recorreu à Consulta de Gastrenterologia por diarreia sem sangue com um mês de evolução associada a perda ponderal superior a 10% do peso habitual, com grande limitação nas atividades de vida diária.
Estudos recentes indicam maior risco de patologia cardiovascular em doentes com doença celíaca, nomeadamente miocardiopatia, malformações congénitas, arritmias, aterosclerose prematura ou eventos isquémicos. Pretende-se avaliar a prevalência de alterações estruturais e de ritmo cardíaco na doença celíaca.
A doença celíaca é uma doença auto-imune associada à ingestão de glúten que ocorre frequentemente em associação a outras doenças auto-imunes. Pretende-se avaliar a prevalência global de outras doenças auto-imunes em associação à doença celíaca e descrever as suas principais características.
Estudos recentes sugerem a prevalência crescente de anemia por deficiência de ferro (AF) em doentes celíacos (DC) sendo esta, muitas vezes, o único achado da doença. No entanto, a relação da AF com a gravidade da DC permanece ainda por esclarecer. Este estudo pretendeu avaliar a prevalência da AF numa população de DC seguida em centro terciário, determinando o seu impacto no prognóstico da doença.
Não obstante a utilidade da serologia no acompanhamento dos doentes com doença celíaca (DC), o indicador final de adesão à dieta isenta de glúten (DIG) é a demonstração da cicatrização da mucosa. No presente estudo pretendeu-se estudar os doentes submetidos a reavaliação histológica após início de DIG, com identificação de factores associados a cicatrizaçao da mucosa
Os doentes com doença celíaca (DC) têm frequentemente alterações na densitometria óssea (DMO). Não estão estabelecidas quais as implicações dessas alterações e qual a melhor forma de monitorização. O objetivo do trabalho foi avaliar a prevalência das alterações na DMO ao diagnóstico de DC e os fatores de risco associados.
A alteração de provas hepáticas consiste numa das alterações extra-intestinais mais comuns na Doença Celíaca (DC). A sua etiologia está associada a distúrbios na integridade do eixo “fígado-intestino”. A presença de uma deficiência nutricional em DC é considerada um marcador indireto de dano intestinal absortivo, bem como um possível precipitante de estado pró-inflamatório.
A enteropatia por olmesartan representa uma entidade pouco conhecida. A maior série engloba 22 doentes, com características semelhantes ao caso descrito. Sendo um fármaco de uso comum é importante ter conhecimento desta associação. Embora o caso não permita estabelecer causalidade, reflete pelo menos uma associação.
A doença celíaca assume-se como a causa mais frequente de enteropatia atrófica. No entanto, a atrofia vilositária num doente seronegativo constitui um dilema diagnóstico que deverá motivar a investigação de causas adicionais antes de se estabelecer um diagnóstico definitivo de doença celíaca seronegativa.
A Doença celíaca (DC) é uma patologia imune-mediada em indivíduos com suscetibilidade genética ao glúten, com grande heterogeneidade clínica. Para o diagnóstico são necessários testes serológicos, biópsia duodenal e resposta clínica/serológica à dieta isenta de glúten (DIG).