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A deiscência anastomótica é uma complicação grave da esofagectomia. A terapêutica de vácuo endoluminal (TVE) é promissora, mas o seu papel nas deiscências múltiplas refratárias não está bem estabelecido. Descreve-se o caso de um doente com múltiplos orifícios fistulosos refratários.Doente do sexo masculino, 62 anos, com divertículo epifrénico volumoso sintomático, submetido a diverticulectomia cirúrgica e miotomia do esófago distal (Dezembro/2019). Por deiscência anastomótica com empiema, foi reintervencionado duas vezes (encerramento com esofagostomia lateral; agrafagem do esófago e jejunostomia), sem sucesso. A avaliação endoscópica revelou deiscência com 3mm, não passível de encerramento com clip. Proposta colocação de prótese, que recusou. 79 dias depois, teve alta sob antibioterapia e nutrição jejunal exclusiva, por manter pequeno orifício de deiscência. Após um ano marcado por infeções pulmonares recorrentes e drenagem torácica purulenta após reintrodução alimentar oral, propôs-se TVE. Endoscopicamente, apresentava esófago dilatado e tortuoso e 5 orifícios fistulosos de bordos nacarados e bem definidos. Iniciada TVE, com troca de esponja a cada dois dias. Após 29 dias/12 esponjas, verificado encerramento de 3 orifícios, sem efeitos adversos. Tentado encerramento com clip, e agendada reavaliação. Um mês depois, um orifício fistuloso permaneceu patente, apesar da não adesão a nil per os. Neste caso, a TVE permitiu o encerramento de 4/5 orifícios fistulosos, revelando-se uma alternativa a considerar em deiscências esofágicas pós-cirúrgicas tardias, não passíveis de colocação de prótese ou correção cirúrgica.

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