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Apresentamos o caso de uma doente de 76 anos, sem antecedentes de relevo além de tabagismo ativo.No contexto de investigação de anemia ferropénica (Hb 7,4 g/dL), realizou endoscopia digestiva alta, que revelou a presença de uma volumosa lesão pediculada com região cefálica erosionada, localizada na transição entre a primeira e a segunda porções duodenais, passível de mobilização para o antro. Com recurso a duodenoscopia, foi possível concluir que se tratava de lesão independente da papila duodenal, estando esta poupada. As biópsias realizadas revelaram-se compatíveis com hiperplasia de glândulas de Brunner. Realizou tomografia computorizada com contraste endovenoso, que permitiu observar a volumosa lesão pediculada duodenal.Procedeu-se a nova endoscopia digestiva alta para remoção da lesão. Após injeção do pedículo, o pólipo foi mobilizado com ansa para o antro gástrico de modo a tornar a posição mais favorável. Depois de englobar a sua região cefálica na totalidade, a lesão foi mobilizada de novo para o duodeno, onde se ajustou a ansa ao pedículo. Procedeu-se a polipectomia com ansa diatérmica, sem intercorrências. Aplicados clips metálicos na escara e recuperada a lesão com cesto. Medição da lesão pediculada, que apresentava 9 cm de comprimento máximo.Os adenomas (ou hamartomas) das glândulas de Brunner são neoplasias benignas raras do intestino delgado com uma incidência inferior a 0,01%. O seu diagnóstico é frequentemente incidental, mas podem causar hemorragia gastrointestinal ou sintomas oclusivos. São tipicamente pediculados e localizados no intestino delgado proximal. A displasia e transformação maligna são raras. A remoção endoscópica pode ser dificultada pela sua localização e dimensões. Este caso ilustra a remoção endoscópica eficaz de um volumoso adenoma de glândulas de Brunner, fazendo-se acompanhar de iconografia detalhada (vídeos do procedimento endoscópico e fotografia da peça).

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