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Os ganglioneuromas são tumores benignos e raros do sistema nervoso simpático, com origem em células da crista neural, sendo a sua localização no trato gastrointestinal particularmente rara. Ao contrário da ganglioneuromatose polipóide ou difusa, os ganglioneuromas polipóides isolados, não estão associados com síndromes genéticos. Descreve-se o caso de uma mulher com uma lesão do cólon ascendente que revelou tratar-se de um ganglioneuroma.

Trata-se de doente caucasiana, de 60 anos, doméstica, não fumadora e sem hábitos etílicos, com antecedentes de fatores de risco cardiovasculares (obesidade, hipertensão arterial, dislipidemia, diabetes mellitus tipo 2), enfarte medular, tromboembolismo pulmonar e acidente vascular cerebral (AVC), com paraparésia sequelar. Não apresentava sintomas constitucionais ou referentes ao sistema gastrointestinal, nem alterações de relevo no exame físico ou estudo analítico. Por suspeita de síndrome paraneoplásico, realizou estudo endoscópico alto e baixo, tendo sido identificadas, na colonoscopia, duas lesões planas adjacentes, no cólon ascendente, com cerca de 30mm, tipo lateral spreading tumor(LST). Foi realizada mucosectomia em fragmentos das lesões, tendo a análise histopatológica de uma revelado um pólipo hiperplásico. Na segunda lesão, a histopatologia e imunohistoquímica revelaram uma proliferação de células fusiformes com imunoreactividade para S100 e células ganglionares positivas para S100 e sinaptofisina, sendo estes achados consistentes com ganglioneuroma. Durante o período de seguimento, a doente apresentou um adenocarcinoma da mama e dois AVC, sem intercorrências ou novos achados relacionados com o sistema gastrointestinal. Os ganglioneuromas do cólon são achados raros cujo diagnóstico definitivo apenas pode ser conseguido pela histopatologia. Apesar de não existirem recomendações específicas, a evidência sugere que a excisão endoscópica é curativa e a recorrência é rara, sendo o prognóstico excelente. Por serem benignos e, isoladamente, não terem associação com síndromes genéticos, não se enquadram na suspeita de síndrome paraneoplásico.

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