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Mulher de 73 anos, diagnosticada com adenocarcinoma da junção esófago-gástrica (yP1AN0) submetida a esofagectomia de Ivor-Lewis. Após 10 dias da cirurgia, assisstiu-se a evolução desfavorável com sépsis associada. Realizada TC torácica que revelou deiscência posterior da anastomose esofagogástrica em comunicação com volumoso hidropneumotórax direito, condicionando colapso dos lobos superior e inferior direitos e moderado derrame pleural à esquerda. Iniciada antibioterapia de largo espectro e realizada endoscopia digestiva alta (EDA) urgente que revelou deiscência da anastomose com 20 mm de maior diâmetro, que ocupava 50% do lúmen esofágico comunicando para uma loca com cerca de 35 mm. Foram colocadas 3 próteses plásticas duplo-pigtail 10 Fr 5 cm, com drenagem interna para a cavidade gástrica e sonda nasojejunal (SNJ) para alimentação entérica.

Imediatamente após o procedimento realizada toracotomia com drenagem do empiema. A doente evoluiu favoravelmente e após 12 dias, foi submetida a nova EDA com remoção das próteses plásticas, tendo-se observado deiscência com 20mm de maior diâmetro, que comunicava com duas locas profundas, uma com de 4 x 2cm e outra com 6 x 3cm (lateral x transversal), cobertas de fibrina e tecido desvitalizado. Após desbridamento e lavagem das locas, foi colocada prótese metálica parcialmente coberta Hanarostent ® 20/26 x 100 mm e SNJ.A doente evoluiu favoravelmente e a antibioterapia foi suspensa após 2 semanas da primeira endoscopia. A prótese metálica foi removida após 6 semanas tendo-se verificado encerramento total da deiscência, com cicatrização por segunda intenção. Após 1 ano de seguimento, a doente mantém-se assintomática.A apresentação deste caso sublinha a importância da abordagem primariamente endoscópica no manejo de fístulas e deiscências pós cirurgia. Neste caso de deiscência anastomótica intra-torácica, ressalva-se importância da estratégia de manejo em dois tempos.

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