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Os tumores da ampola de Vater são raros. A papilectomia endoscópica (PE) tem sido descrita como método eficaz e seguro para o tratamento das lesões não-invasivas.

ObjetivoAvaliar eficácia, fatores preditores de sucesso técnico, complicações e recorrência da PE.MaterialEstudo retrospetivo e unicêntrico em adultos com tumor ampular não-invasivo, referenciados para PE (janeiro/2010-dezembro/2021). Excluídas lesões invasivas, histologia de adenocarcinoma >Tis ou envolvimento intraductal. Resseção completa: ausência de lesão remanescente nas margens de resseção endoscópicas e histológicas. Recorrência: evidência endoscópica e/ou histológica de tecido neoplásico no local de resseção na endoscopia de vigilância.ResultadosIncluídos 23 doentes: 52,2% mulheres; idade média 58,6(±14) anos; 56,5% lesões esporádicas, 39,1% polipose adenomatosa familiar e 4,4% neurofibromatose. A avaliação patológica pós-resseção revelou: 78,3% adenomas (displasia de baixo grau–69,6%; displasia de alto grau–8,7%). A acuidade diagnóstica das biópsias pré-papilectomia foi 55,6%, com sub-estadiamento de 50%. Conseguida resseção em bloco em 73,9% das lesões e resseção completa em 82,6% dos tumores. A presença de componente laterally spreading associou-se a maior risco de resseção em piecemeal(100%vs.19%;p=0,059) e resseção incompleta (100%vs.9,5%;p=0,024), em comparação com lesões limitadas ao promontório papilar. A papilectomia em bloco (vs.piecemeal) associou-se a probabilidade significativamente superior de resseção completa (89,5%vs.10,5%;p=0,002). Eventos adversos ocorreram em 39,1% dos doentes: pancreatite (26,1%), hemorragia intraprocedimento (17,4%) e tardia (8,7%), perfuração (8,7%), colangite (4,4%) e colecistite (4,4%). Mortalidade de 0%. A recorrência tumoral ocorreu em 26,3% dos doentes, todos submetidos a novo tratamento endoscópico com sucesso. A presença de sintomas à apresentação associou-se a tendência para maior recorrência (40%vs.0%;p=0,065).ConclusõesA PE, técnica minimamente invasiva, demonstrou ser eficaz e relativamente segura como primeira linha na resseção dos tumores ampulares não-invasivos, obviando a cirurgia na maioria dos doentes. Destaca-se o valor da papilectomia como ferramenta diagnóstica e de estadiamento, dada a baixa acuidade diagnóstica das biópsias endoscópicas.

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