Material: Avaliação retrospetiva de todos os procedimentos de dissecção endoscópica submucosa do cólon e reto realizados entre Janeiro de 2015 e Dezembro de 2020.Sumário dos Resultados: Foram incluídos 153 doentes com lesões colorretais propostos para dissecção endoscópica submucosa, com idade média de 64 ± 11 anos, sendo 58% do género masculino. O sucesso técnico foi de 96% (n = 147). As lesões estavam localizadas no colon (n = 24) e reto (n = 123), apresentando um diâmetro médio de 44 ± 20 mm (15-170 mm). Foi utilizada a técnica de disseção híbrida em 8 doentes e de “pocket-creation method” em 3. A taxa de ressecção em bloco foi de 92% e 97%, de ressecções R0 de 83% e 82% e de ressecções curativas de 79% e 78% no colon e reto respetivamente. A necessidade de realização de técnica híbrida foi o único fator de risco identificado para ressecção em piecemeal ou R1. Verificou-se uma taxa de perfuração de 3.4% e de hemorragia tardia de 4.1%; todos os eventos adversos foram tratados endoscopicamente, sem necessidade de transfusões sanguíneas ou cirurgia. A maioria das lesões eram lateral spreading tumours do tipo granular nodular misto (70%), e 20% das lesões eram malignas (12% com invasão submucosa, 8% carcinomas intramucosos).Conclusões: A dissecção endoscópica submucosa do cólon e reto demonstrou elevada eficácia e excelente perfil de segurança. Este procedimento terapêutico pode ser assim uma opção a considerar por profissionais com experiência nesta técnica.