Material: Avaliação retrospetiva de todos os procedimentos de dissecção endoscópica submucosa de lesões subepiteliais do tubo digestivo entre Novembro de 2010 e Fevereiro de 2021.Sumário dos Resultados: Foram avaliados um total de 634 procedimentos de dissecção endoscópica submucosa, tendo 55 (9%) sido realizadas para exérese de lesões subepiteliais, incluindo 6 lesões esofágicas, 34 gástricas e 15 retais. Verificou-se sucesso técnico em 53 lesões (96%). A maioria (82%) tinha avaliação prévia por ecoendoscopia, mas apenas 20% tinha diagnóstico histológico prévio à disseção. Aproximadamente 38% dos procedimentos correspondiam a tumores neuroendócrinos, tumores estromais gastrointestinais e tumores de células granulares, verificando-se uma taxa de ressecção "en bloc" de 100% e de resseção R0 de 65%; o principal critério de ressecção não-curativa foi margem profunda positiva, sendo que nenhum dos doentes tratados com cirurgia adicional apresentava lesão na parede do tubo digestivo. A maioria dos procedimentos (62%) envolvia lesões com muito baixo potencial maligno, permitindo estabelecer o diagnóstico de lesões subepiteliais em que a abordagem diagnóstica inicial havia sido inconclusiva. Verificou-se baixa taxa de efeitos adversos (apenas 2 casos de hemorragia tardia e 1 caso de perfuração), todos resolvidos com tratamento endoscópico.Conclusões: A dissecção endoscópica submucosa demonstrou elevada eficácia e excelente perfil de segurança no tratamento de lesões subepiteliais do tubo digestivo. Além disso, demonstrou um importante papel na abordagem diagnóstica destas lesões. Este procedimento pode ser assim uma opção a considerar por profissionais com experiência nesta técnica.