Métodos: Estudo transversal retrospetivo incluindo indivíduos com risco padrão para CCR entre 45-49 anos, que realizaram uma colonoscopia diagnóstica ou de rastreio de qualidade. Um grupo de controlo entre os 50-75 anos foi selecionado. Foram avaliadas a taxa de deteção de pólipos (TDP), taxa de deteção de adenomas (TDA), número médio de pólipos detetados por colonoscopia (NMPPC) e taxa de deteção de pólipos de alto risco (TDPAR) definidos como pólipos ≥10mm, tubulo-vilosos ou com displasia de alto-grau. Resultados: Foram incluídos 135 doentes entre os 45-49 anos e 133 doentes do grupo controlo. A TDP foi significativamente mais elevada no grupo controlo (60.9% vs 28.1%, p<0.001), tal como a TDA (44.4% vs 17.0%, p<0.001). Não existiram diferenças significativas no NMPPC [2.6 (95%CI 2.0-3.2) vs 2.0 (95%CI 1.5-2.5), p=0.12] nem na TDPAR (27.2% vs 13.2%, p=0.09). No grupo de doentes jovens, a probabilidade de detetar pólipos ou adenomas manteve-se significativamente mais baixa, mesmo após ajustar para o género (OR 0.28, 95%CI 0.16-0.47, p<0.001 e OR 0.29, 95%CI 0.16-0.51, p<0.001, respetivamente). O número necessário rastrear (NNR) para detetar pólipos, adenomas e pólipos de alto risco no grupo de doentes jovem foi 4, 6 e 8, respetivamente, comparativamente ao grupo controlo que foi de 2, 2 e 4.Conclusão: Apesar de a TDP e TDA ser mais baixa em doentes jovens, não existem diferenças no NMPPC e TDPAR. O NNR sugere que o rastreio do CCR pode ser considerado neste grupo. Mais estudos com análise custo-efetividade são necessários.