Métodos: Estudo retrospetivo que incluiu doentes com diagnóstico de EoE avaliados em consulta de gastrenterologia entre 2011 e 2021. O diagnóstico de EoE foi estabelecido em doentes com eosinofilia esofágica (≥15 eosinófilos por campo de grande ampliação (CGA)), associado a sintomas de disfunção esofágica e ausência de resposta a inibidor da bomba de protões.Resultados: Incluíram-se 24 doentes com uma idade média de 29,4 (±13,4) anos, 75% do sexo masculino. Os sintomas mais frequentes foram a disfagia (94,7%), impactação alimentar (78,9%) e pirose (26,3%) e os achados endoscópicos mais comuns incluíram anéis concêntricos (84,2%), ponteado esbranquiçado (63,2%) e sulcos lineares (52,6%). O número médio de eosinófilos na biopsia esofágica ao diagnóstico foi de 49,2 (±26,7) eosinófilos/CGA. Verificou-se resposta clínica em 87,5% e histológica em 75% dos doentes submetidos a tratamento com fluticasona tópica. Verificou-se uma associação estatisticamente significativa entre uma maior contagem de eosinófilos ao diagnóstico e a remissão endoscópica (56,9 vs 33,8 eosinóflios/CGA, p=0,045) após tratamento com fluticasona, no entanto não se verificou uma correlação estatisticamente significativa entre a contagem de eosinófilos e os sintomas ou características endoscópicas ao diagnóstico ou com a resposta clínica ao tratamento.Conclusão: Uma maior densidade eosinofílica esofágica ao diagnóstico de EoE correlacionou-se com uma maior remissão endoscópica após corticoterapia tópica com fluticasona. São necessários prospetivos e randomizados para avaliar o papel da densidade eosinofílica esofágica como indicador de reposta à corticoterapia e como marcador de prognóstico em doentes com EoE.