Material: Coorte retrospectivo que incluiu doentes adultos com DC com >1ano de seguimento. Os doentes foram categorizados de acordo com a presença/ausência de envolvimento cólico e pela CMR. Foram recolhidos dados demográficos, clínicos, laboratoriais, imagiológicos e comparados entre as duas classificações. Os outcomesconsiderados clinicamente relevantes foram a necessidade de tratamento com corticóides ou biológicos, de internamento ou de cirurgia abdominal.
Resultados: Dos 327 doentes, 52,3% eram do sexo feminino com idade média de 43,3±13,1 anos. A localização mais frequente de acordo com a CMR foi L1(48,9%), seguida de L3(41,3%) e L2(9,8%). Globalmente, 51,1% dos doentes apresentavam envolvimento cólico. Embora os doentes com envolvimento cólico apresentassem lesões perianais(27,5%vs16,9%, P<0,05) e alteraçãodos biomarcadores séricos (hemoglobina inferior e contagem de leucócitos e plaquetas, proteína c-reativa e velocidade de sedimentação superiores) mais frequentemente, essa classificação não foi preditiva de outcomes relevantes. A localização da doença segundo a CMR foi preditiva da necessidade de tratamento com biológicos, internamento e cirurgia abdominal na análise univariada, mas não na análise multivariada.
Conclusões: Embora mais simples, definir a extensão da doença de Crohn apenas pelo envolvimento cólico não tem maior capacidade preditiva de outcomes adversos do que a classificação de Montreal. Deste modo, a utilização da Classificação de Montreal deverá continuar a ser utilizada na abordagem destes doentes.