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No início da pandemia por COVID-19, surgiram preocupações quanto à maior suscetibilidade à doença dos doentes com doença inflamatória intestinal (DII) sob imunossupressão, concluindo-se posteriormente que a terapêutica imunossupressora era segura. O objetivo deste estudo foi descrever a associação entre a terapêutica na DII e a COVID-19 numa amostra de doentes seguidos no nosso hospital, bem como com a população da área de influência do hospital.

Material: Estudo observacional retrospetivo, entre Março de 2020 e Outubro de 2021, de uma coorte de doentes com diagnóstico de DII (n=256) sob terapêutica biológica, imunomoduladores e/ou salicilatos. Os principais end-points foram i) descrever e comparar a incidência acumulada da COVID-19 por grupo terapêutico bem como da população da área de influência da nossa instituição hospitalar ii) analisar a relação da incidência cumulativa de COVID-19 entre cada grupo terapêutico. Análise estatística foi realizada com recurso ao programa IBM SPSS versão 22.

Resultados: Na amostra de doentes com DII, a incidência acumulada de COVID19 foi de 39 casos por 1000 (10/256), todos sem critério de gravidade nem óbitos registados, enquanto que na população de referência foi de 174 casos por 1000 (96 935/557 673), com internamento de 4,4% dos doentes. De entre os grupos terapêuticos, o dos imunomoduladores apresentou a incidência acumulada mais elevada de 54 casos por 1000 pessoas. Não se verificou variância significativa da incidência acumulada de COVID19 entre os três grupos terapêuticos (ANOVA 0,068; df 1; p-value 0,348).

Conclusão: Do presente estudo destacaram-se dois pontos tranquilizadores (1) os doentes com DII apresentaram menor incidência acumulada face à população da área de influência do nosso hospital (2) a terapêutica imunossupressora não esteve associada a maior incidência de COVID-19.

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