Métodos:Foi realizado um estudo prospetivo em doentes cirróticos que realizaram endoscopia digestiva alta e que foram submetidos a elastografia hepática e do baço,de forma cega e pelo mesmo operador,num centro terciário.
Resultados: Foram incluídos 155 doentes,81.3% do sexo masculino e com idade média de 61.6±9.6 anos.A principal etiologia de cirrose foi álcool (82.7%),39% com episódios de descompensação prévia e 8.4% com hepatocarcinoma.A mediana de elastrografia hepática foi de 32.8[4.5-75.0]e de elastrografia esplénica foi de 55.5[12.1-100.0].Dos 155 doentes,6 não foi possível realizar elastografiado baço por razões anatómicas e 37 não foram incluídos por estarem já sob terapêutica com bloqueadores-beta na altura da elastografia do baço.Na análise univariada,elastografia do baço,elastografia hepática,plaquetas,leucócitos,albumina,INR,APRI e FIB-4 relacionam-se com a presença de varizes esofágicas.A elastografia esplénica apresenta uma boa capacidade de predição da presença de varizes grandes (AUROC 0.84 (95%[CI]: 0.767-0.919). Para o cuf-off de 42.4 kPa,a elastografia esplénica apresenta uma sensibilidade de 100% e uma especificidade de 45%.
Conclusão:A elastografia esplénica apresenta-se como uma nova ferramenta na graduação da presença de hipertensão portal, apresentando-se como uma excelente opção para avaliação da presença de varizes de alto risco.Para um cut-off inferior a 42.4 kPa,a elastografia esplénica evita a realização de endoscopia para rastreio de varizes dado apresentar uma sensibilidade de 100%.