Uma mulher de 37 anos, sem antecedentes pessoais de relevo, apresentava sintomas de pirose frequente e disfagia para sólidos e líquidos desde a infância, com alguns episódios de impactação alimentar. Realizou endoscopia digestiva alta, onde se identificou esofagite erosiva e um segmento do esófago distal com mucosa de cor salmonada com extensão circunferencial de aproximadamente 7 cm, sugestivo de esófago de Barrett. Biópsias deste segmento demonstraram áreas de metaplasia intestinal, papilomatose focal e eosinofilia intra-epitelial (80 eosinófilos/CGA), compatível com esófago de Barrett. Iniciou terapêutica com pantoprazol em dose dupla, verificando-se melhoria sintomática. Ao fim de um ano, repetiu endoscopia alta onde, além do esófago de Barrett previamente diagnosticado, se identificaram anéis circulares e sulcos longitudinais a nível do esófago proximal. Foram realizadas biópsias do esófago de Barrett que (previsivelmente) demonstraram metaplasia intestinal e biópsias do esófago proximal, que mostraram acantose, espongiose, hiperplasia de células basais e eosinofilia intra-epitelial (15 eosinófilos/CGA), sendo estes achados compatíveis com esofagite eosinofílica diagnosticada em simultâneo com esófago de Barrett.