A hepatite E é uma causa de hepatite aguda de transmissão entérica, sendo frequentemente esquecida em indivíduos de países desenvolvidos e sem os clássicos fatores de risco epidemiológicos (consumo de carne de porco crua). A hepatite E pode manifestar-se sob a forma de uma hepatite colestática, em particular em doentes imunossuprimidos, à semelhança do descrito para outros vírus hepatotrópicos. O fígado tem um papel central no metabolismo lipídico e das lipoproteínas, assim, nas doenças hepáticas colestáticas (ex.: colangite biliar primária) é frequente encontrar um aumento significativo do colesterol total à custa da lipoproteína X, uma fração lipoproteica anómala constituída por fosfolípidos e colesterol livre.