O nosso caso refere-se a um homem de 70 anos, com cirrose hepática alcoólica compensada e hipertensão portal, antiagregado com ácido acetilsalicílico por cardiopatia. Em 2016 inicia retorragias abundantes, com anemia sintomática e necessidade de transfusão de glóbulos rubros (GR). Ao exame proctológico, apresentava hemorroidas grau II muito congestivas, com hemorragia espontânea ao toque. Realizou colonoscopia total, normal. Foi encaminhado para laqueação elástica com colocação de 4 elásticos em 3 pedículos hemorroidários. Por refratariedade, foi referenciado para embolização seletiva das veias varicosas peri-retais com coils, através dos ramos retais esquerdos da artéria ilíaca interna (AII), tendo ficado assintomático. Quatro meses depois, após diagnóstico de trombose aguda da veia porta, foi hipocoagulado com acenocumarol, tendo havido recidiva das retorragias e anemia sintomática com necessidade de ferro EV. Foram realizadas duas sessões de esclerose hemorroidária com polidocanol espumoso, com refratariedade, pelo que foi novamente referenciado para embolização com coils das veias aferentes varicosas da AII direita, que decorreu sem intercorrências. O doente encontra-se assintomático desde então.