Os esquemas empíricos usados no tratamento da infeção por Helicobacter pylori (Hp) têm gradualmente perdido eficácia, tendo sido recentemente descritos níveis preocupantes de resistências aos antibióticos no nosso país. Assim, pretendeu-se realizar estudo prospetivo das erradicações de Hp realizadas num centro português.
Actualmente é desconhecido o impacto da história familiar de cancro gástrico e de factores ambientais como o biótipo, tabagismo, diabetes mellitus (DM) e falência terapêutica prévia na capacidade de erradicação da infecção por Helicobacter pylori (Hp).
A terapêutica guiada pelo teste de sensibilidade a antimicrobianos (TSA) assume cada vez maior importância na terapêutica de erradicação do Helicobacter pylori.
Em Portugal, as taxas de erradicação com terapêutica tripla convencional são inaceitáveis devido a uma elevada resistência à claritromicina. Infelizmente, a resistência às fluoroquinolonas também está a crescer rapidamente, pondo em causa a eficácia de esquemas de segunda linha baseados na levofloxacina. Assim, há uma necessidade premente de esquemas eficazes em doentes que falharam tentativas prévias de erradicação.
Estirpes multi-resistentes de Helicobacter pylori são comuns e difíceis de tratar. Neste contexto a terapêutica com doxiciclina (análogo sintético da tetraciclina) ou com rifampicina podem ser úteis. No entanto os resultados dos estudos com doxiciclina são heterogéneos e a rifampicina tem potencial mielotóxico, hepatotóxico e desenvolver estirpes resistentes de M. tuberculosis.
A terapêutica tripla standard classicamente utilizada no tratamento da infeção a Helicobacter pylori (Hp) tem sido recentemente abandonada por demonstrar taxas de erradicação inferiores a 80%. Pretendeu-se comparar a eficácia da terapêutica tripla (14 dias) versus a terapêutica sequencial (10 dias) na erradicação da Hp.
O declínio das taxas de erradicação de Helicobacter pylori (Hp) em Portugal é explicado essencialmente pelo crescimento da resistência aos antibióticos. Esquemas quádruplos com levofloxacina poderiam ser opção como primeira linha, mas a sua eficácia deve ser avaliada, já que a resistência às fluoroquinolonas tem aumentado rapidamente.