No arranque oficial dos trabalhos da Semana Digestiva 2024, os congressistas encheram a Sala “Geração Baby Boomers” para assistir à sessão de abertura. Com os dirigentes das sociedades organizadoras do evento em palco, foi de Marília Cravo, presidente da reunião, a responsabilidade de palestrar e endereçar as boas-vindas a todos os que marcaram presença em Vilamoura, para mais uma edição do evento major de Gastrenterologia.
Ainda antes de Marília Cravo subir a púlpito, o presidente da Sociedade Portuguesa de Gastrenterologia (SPG), Pedro Narra Figueiredo, mostrou-se convicto de que a Semana Digestiva 2024 seria mais uma vez sinónimo de alta qualidade científica e desejou que fosse, em simultâneo, um momento de grande convívio entre todos os profissionais presentes.
De seguida, foi a vez de se exibir um vídeo partilhado pelo bastonário da Ordem dos Médicos, Carlos Cortes, que na impossibilidade de estar presente, deixou uma mensagem de felicitação à organização e deixou latente a intenção da OM de se aproximar das sociedades médicas e garantir uma parceria próxima com estas entidades que considera fundamentais para uma Medicina “mais humanista”.
Por fim, a presidente da Semana Digestiva 2024 ergueu-se e presenteou a plateia com uma palestra que se traduziu numa reflexão sobre a evolução da sociedade moderna atravessando diferentes momentos da sua história e que definiu as irrefutáveis diferenças entre as gerações X, Y e Z.
O lema da SD 2024 “Um caminho feito por gerações” foi assim decifrado, através de uma exposição completa das caraterísticas das gerações que sofreram alterações pelo panorama geopolítico e económico do mundo, mas também pela evolução tecnológica que alterou o contexto onde nasceram e cresceram ao longo do tempo.
“Creio que muitas vezes nos referimos às diferenças das gerações como algo negativo. Não acredito que assim seja. Crescemos em contextos distintos, mas todos contribuímos atualmente para o desenvolvimento da Gastrenterologia com a independência e ceticismo da geração X, com a abertura e otimismo da geração Y e com o pragmatismo e inclusão da geração Z”, afirma Marília Cravo.
Esta inclusão foi reforçada no discurso da presidente da Semana Digestiva 2024, que recordou que o passado da especialidade era marcado por uma desigualdade de género em termos de números em Gastrenterologia, uma realidade que se neutralizou ao longo das gerações e que os dados indicam que se possa até inverter no futuro.
Marília Cravo aproveitou o momento para homenagear várias mulheres reconhecidas da Gastrenterologia nacional, agradecer o seu contributo e congratular todas pelo papel que tiveram na conquista da equidade de género nesta área médica.
“Nunca me senti descriminada por ser mulher ao longo do meu percurso, mas não é por isso que não me sinto extremamente orgulhosa por ser a primeira presidente mulher da Semana Digestiva”, partilhou.
Desta forma, e com um forte aplauso, concluiu a Sessão da Abertura, que abriu portas à Sessão Plenária que se lhe seguia.