A ocorrência de melanoma ano-rectal e adenocarcinoma do cólon síncronos é extremamente rara, havendo 6 casos descritos na literatura.
A pancreatite paraduodenal é uma forma subdiagnosticada de pancreatite crónica / recorrente, caracterizada por inflamação da região da goteira entre a parede duodenal e a cabeça do pâncreas. Este caso é demonstrativo do desafio diagnóstico que esta entidade nos coloca, bem como da validade dos análogos da somatostatina como alternativa à terapêutica endoscópica ou cirúrgica.
Os fenómenos tromboembólicos contituem síndromes paraneoplásicos bem documentados pela capacidade tumoral na indução de um estado de hipercoagulabilidade. A incidência de eventos trombóticos no adenocarcinoma pancreático varia de 17-57%, estando associado a estadios mais avançados da doença e a pior prognóstico.
A pancreatite autoimune (PAI) é uma entidade rara, de etiopatogenia pouco conhecida e cujo diagnóstico implica a integração de dados clínicos, serológicos, imagiológicos e histológicos. A apresentação clínica sob a forma de massa pancreática ocorre em cerca de 85% dos casos, impondo-se o diagnóstico diferencial com a neoplasia pancreática. Descrevem-se duas formas de PAI: tipo 1, pertencente ao espetro das doenças associadas à IgG4, e a tipo 2, mais rara e também designada de pancreatite centro-ductal idiopática.
A agenesia dorsal do pâncreas é uma entidade extremamente rara, havendo menos de 100 casos descritos na literatura. Os doentes com esta malformação congénita apresentam-se frequentemente com quadros de pancreatite aguda ou crónica, diferentes graus de insuficiência pancreática endócrina e menos frequentemente IPE. O caso apresentado relata uma pancreatite aguda que tem como etiologia uma malformação rara. Ainda que, a presença de malformações pancreaticas possa ser considerada como hipotese etiológica, não deve impedir a investigação de etiologias mais frequentes de pancreatite aguda. O conjunto de malformações observadas, agenesia dorsal do pâncreas, útero bicórneo e coxa valga, poderá corresponder a uma síndrome genética ainda não descrita na literatura. A iconografia apresentada é patognomónica.
A hipogamaglobulinemia é uma causa rara de diarreia crónica, podendo-se associar a má-absorção. Mais frequentemente congénita (embora podendo manifestar-se na 3ª-4ª década de vida), a hipogamaglobulinemia pode ser adquirida ou secundária a outras patologias, nomeadamente imunossupressão, síndrome nefrótico, doenças linfoproliferativas e associada a medicamentos.
Apresentamos iconografia detalhada (endoscópica e imagiológica) de um caso raro de obstrução gástrica por hematoma duodenal gigante secundário a agudização de pancreatite crónica alcoólica em doente sem terapêutica pró-hemorrágica.
O interesse deste caso reside na metastização de neoplasia orofaríngea em gastrostomia, como complicação incomum da PEG, cuja incidência estimada é de 0.5-3%. A forma de apresentação, após remoção da PEG, é também ela inesperada, assim como a sua resolução cirúrgica. Técnicas sem contacto directo com a neoplasia, como o método push, utilização de overtube ou colocação cirúrgica, poderão prevenir esta complicação.
Apesar dos vários estudos existentes sobre a anemia na Doença de Crohn (DC), o conhecimento sobre a ferropenia sem anemia (FSA) é ainda escasso. O objetivo deste estudo foi caracterizar os doentes com DC que apresentaram FSA, bem como analisar a sua evolução durante o seguimento.
A Colite Ulcerosa (CU) é uma doença crónica mas o seu carácter progressivo, com danos estruturais encontra-se insuficientemente estudado.