A doença de refluxo foi uma das patologias em destaque no programa científico da Semana Digestiva 2019. Ao Dr. Armando Peixoto, gastrenterologista do Centro Hospitalar e Universitário de São João, no Porto, coube a apresentação das “Investigações recomendadas na doença de refluxo”, na sessão presidida pelo Prof. Doutor António Dias Pereira, moderada pelo Dr. João Carvalho e pela Dr.ª Sílvia Barrias. Não perca os principais tópicos desta palestra, na entrevista em vídeo.

Abordando os aspetos epidemiológicos e a sintomatologia pouco específica da doença de refluxo, o gastrenterologista mencionou os principais desafios no diagnóstico desta patologia, nomeadamente “saber se os doentes têm uma doença de refluxo ou se não estão a fazer o tratamento mais adequado”, tornando necessário saber “quais são os doentes que podem beneficiar com exames de diagnóstico complementares” de modo a determinar se “necessitam de tratamento ou vigilância”, elucidou.

Depois de explicar a importância dos exames complementares no diagnóstico de doença de refluxo, o especialista salientou a relevância da realização de pH metria e manometria que permitem, respetivamente, “comentar a exposição e o tipo de refluxo” e “observar determinados achados motores que podem favorecer o aparecimento de refluxo e até condicionar qual a estratégia de tratamento”, mencionando ainda as novas métricas que vão em breve incorporar os testes standard. 

Resumindo as investigações recomendadas na doença de refluxo, o especialista sublinhou que, na suspeita de complicação da doença, “os estudos funcionais, nomeadamente a pH metria acoplada à manometria, devem ser aplicados de base   à maioria dos doentes com doença de refluxo", sobretudo nos doentes em que "há preocupação em relação à instituição terapêutica ou da sua manutenção a longo prazo", concluiu.