No âmbito da Semana Digestiva 2019, a Takeda promoveu, no segundo dia, uma sessão dedicada à “Inovação terapêutica na síndrome do intestino curto”. Esta sessão, presidida pela Prof.ª Doutora Helena Cortez-Pinto, contou com a participação do Prof. Doutor Jorge Fonseca, Dr. António Oliveira e da Dr.ª Beatriz Costa que, em entrevista à News Farma, resumiram as suas comunicações. Assista às entrevistas em vídeo.
Na abertura da sessão, o Prof. Doutor Jorge Fonseca abordou o contexto clínico da síndrome do intestino curto e a falência intestinal, uma “condição rara” em que os doentes “estão dependentes da administração de uma via endovenosa de alimentos, água e nutrientes ao longo da vida”, afirmou, acrescentando que a administração endovenosa é complicada e acarreta “muitos riscos para o doente”, além de consistir num processo moroso.
De acordo com o gastrenterologista do Hospital Garcia de Orta, Almada, a chegada do teduglutido ao mercado vai permitir aos doentes com síndrome de intestino curto “melhorar a capacidade de absorção do intestino tornando-os menos dependentes do aporte endovenoso de nutrientes e, numa percentagem significativa dos doentes, permite até acabar definitivamente com este aporte endovenoso”, frisou o Prof. Doutor Jorge Fonseca, mencionando o importante impacto que este fármaco representa na qualidade de vida destes doentes.
“Significa que os doentes passam a sobreviver sem complicações e fazer uma vida normal sem limitações, e isso é um avanço absolutamente extraordinário”, concluiu.
Na intervenção sobre “alternativas terapêuticas”, o Dr. António Oliveira, do Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro, começou por afirmar que o tratamento farmacológico com teduglutido pode “fazer a diferença”, tanto na progressão da doença como “na prevenção das complicações que a terapêutica habitual existente acarreta para este tipo de doentes”.
É de salientar os resultados dos estudos realizados na área, que demonstraram existir uma “poupança e melhoria de qualidade de vida”, o que faz com que “o teduglutido seja um fármaco de primeira opção para tratamento do síndrome do intestino curto”, concluiu o Dr. António Oliveira.
Por seu turno, a Dr.ª Beatriz Costa, do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, apresentou um caso clínico ilustrativo de um doente com síndrome do intestino curto, uma história clínica complexa com 28 anos de evolução, “de alta complexidade e que passou por todas as opções terapêuticas disponíveis na síndrome do intestino curto”.
Após o resumo da evolução clínica e das opções terapêuticas a que o doente foi submetido, na qual se destaca a tentativa de reconstrução gastrointestinal autóloga e transplante gastrointestinal, sem sucesso, a especialista afirmou que o doente estava novamente “dependente do suporte nutricional parentérico”.
De acordo com a especialista, a instituição de terapêutica com teduglutido neste doente permitiu “uma eficácia com melhoria do estado nutricional, redução do volume de suporte parentérico e, principalmente, uma melhoria significativa da qualidade de vida”, frisou.
A terminar, afirmou que “este tipo de terapêutica abre-nos uma nova perspetiva; uma nova arma que pode melhorar significativamente o prognóstico deste tipo de doentes”, concluiu.