“Bloqueio ácido para toda a vida? Vantagens do bloqueio, desvantagens das cirurgias” foi o tema da palestra do Dr. Tiago Cúrdia Gonçalves, inserida na sessão dedicada à doença do refluxo gastroesofágico. Em entrevista à News Farma, o gastrenterologista do Hospital da Sr.ª da Oliveira, em Guimarães, abordou os pontos mais importantes da sua intervenção, destacando a terapêutica farmacológica com inibidores da bomba de protões. Assista ao vídeo da entrevista.
De acordo com o gastrenterologista, a terapêutica adequada na doença do refluxo gastroesofágico é essencial para “aliviar a sintomatologia e melhorar a qualidade de vida” do doente, assim como a “prevenir possíveis complicações”.
Os inibidores das bombas de protões são, neste momento, a opção terapêutica farmacológica “mais potente”, com eficácia demonstrada tanto na doença do refluxo gastroesofágico erosiva como não erosiva, sendo esta uma “evidência sólida”. Outro ponto favorável a ressaltar prende-se com os possíveis efeitos adversos que têm vindo a ser associados a este grupo farmacológico. Como explicou o especialista, estes efeitos “são baseados em evidência com fraca qualidade” e, consequentemente, “não devem ser suficientes para causar alarmismo”.
Sobre os doentes que não respondem à terapêutica farmacológica, o gastrenterologista afirmou que “é importante perceber se estamos de facto perante uma doença de refluxo gastroesofágico refratária ao tratamento ou se existem diagnósticos diferenciais”, sublinhando a necessidade de realização de exames de diagnóstico adicionais para “determinar qual será a melhor opção terapêutica”.
O especialista termina salientando a importância de investir em novas moléculas que possam suprir as lacunas existentes do ponto de vista farmacocinético, com o objetivo de alcançar o objetivo terapêutico: “é a remissão sintomática e a cicatrização das lesões esofágicas”, concluiu.